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De acordo com o Sebrae, o Brasil registrou a abertura de 2,8 milhões de pequenas empresas apenas este ano, incluindo microempreendedores individuais (MEIs) e microempresas. Somados aos mais de 20 milhões de CNPJs já existentes nessas categorias, esse número corresponde a mais de 85% de todos os negócios no país. Em todos os casos, uma série de obrigações fiscais estão atreladas a cada empresa, e a contabilidade é uma necessidade permanente.
Manoel Valle, presidente da Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (Abrapsa), ressalta que os empreendedores precisam garantir a qualidade desse departamento. “A contabilidade deve ser reavaliada por muitos. Nada do chamado ‘custo Brasil’, porque não se trata de um problema e sim de uma solução: estamos falando de uma ferramenta de gestão para lidar com a complexidade tributária, algo que todo negócio necessita”.
Algumas práticas auxiliam as empresas a seguirem em direção ao sucesso contábil. Eduardo Luque, vice-presidente da Abrapsa, selecionou cinco principais dicas da área, confira:
Para ter uma imagem real e completa do empreendimento é preciso ter certeza de que as finanças, impostos e todos os dados relacionados estão corretos. Em pequenas empresas, misturar essas informações com as pessoais é um erro bastante comum.
“É preciso separar efetivamente tudo que está relacionado com a figura do sócio na sua pessoa física, de tudo aquilo que pertence à empresa, à entidade. É super importante que o empresário saiba separar esses dois conceitos. Do contrário, ele não vai ter a integralidade, a plenitude das transações que podem mensurar se ele tem ou não lucro naquilo que faz, se está ou não gerando um bom fluxo de caixa”, explica Luque.
No âmbito operacional, grande parte dos empresários reconhece que diversos indicadores são relevantes para uma análise coerente do negócio. Contudo, na hora de avaliar o fluxo de caixa, muitos consideram que extratos são o suficiente.
Eduardo recomenda que outros indicadores sejam atrelados a este processo: “A gente vê muito pouca utilização dos conceitos de capital de giro, ciclo de conversão de caixa, ou índices de alavancagem financeira e endividamento, por exemplo. Há ainda rentabilidade, margem de lucro, estrutura de custos fixos e variáveis, natureza das despesas, tamanho da carga tributária. Todas essas métricas podem fazer parte”.
“No Brasil nós temos três opções de regimes de tributação e, muitas vezes, vemos empresários passando por essa decisão como se fosse automática, por assim dizer”, comenta o vice-presidente.
Os regimes são o Simples Nacional, o Lucro Presumido e o Lucro Real. A melhor escolha depende do porte e do segmento do negócio, que podem causar circunstâncias específicas nas quais determinados modelos tributários sejam mais benéficos que outros. A ajuda de um especialista contábil é essencial para tomar essa decisão com precisão.
Você pode ter direito a benefícios fiscais e outras vantagens, e talvez não esteja aproveitando esse potencial. É possível ser elegível a créditos que podem ser reduzidos do valor do imposto devido se, por exemplo, você tiver programas de incentivo à cultura ou ao esporte. Isenções também podem ocorrer através da atuação com educação ou energia limpa.
“Um exemplo é o Simples Exportação, um módulo do Simples Nacional em que, se você importa ou exporta, você pode ter o mesmo regime diferenciado no mesmo valor de R$4,8 milhões que é voltado para o comércio exterior”, sugere Eduardo.
Ao acompanhar os indicadores gerenciais por intermédio da contabilidade, é possível ter bases para comparar dados com empresas do mesmo setor, o que permite identificar áreas onde o negócio poderia estar fazendo uma gestão mais efetiva.
“A contabilidade precisa de acesso às informações de forma integral. Além do compliance tributário exigir todos esses dados, tê-los em registro pode auxiliar em importantes tomadas de decisões, inclusive operacionais”, conclui Luque.
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